O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara,
Marco Feliciano (PSC-SP), é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de
estelionato. Feliciano, que foi eleito nesta quinta-feira (7), mesmo com a
rejeição de grupos que representam as minorias, é acusado de ter inventado um
acidente no Rio de Janeiro para justificar a ausência em evento no Rio Grande
do Sul, para o qual já havia recebido cachê, passagens e hospedagem.
6/03/2013: O deputado Marcos Feliciano foi escoltado por colegas de partido para longe dos manifestantes contrários a sua eleição como presidente da CDHM. (Foto: Agência Brasil) |
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o deputado
deveria comparecer no dia 15 de março de 2008 ao Estádio Municipal Silvio de
Farias Correia, em São Gabriel (RS), município de 60 mil habitantes, a 320
quilômetros de Porto Alegre, para um show gospel que reuniu 7 mil pessoas. O
hoje deputado, estrela principal da festa, faria o encerramento. Caravanas
interessadas em ouvir as pregações de Marco Feliciano foram atraídas até São
Gabriel.
Dona da produtora responsável pelo show gospel, a advogada Liane Pires Marques
afirmou que fez publicidade em todo o Rio Grande do Sul, com TV, folhetos e
rádios. Disse que pagou cachê, transporte aéreo, hotel de primeira categoria,
tudo o que foi exigido. Mas a grande atração do evento não compareceu. Por
causa da ausência do hoje presidente da Comissão de Direitos Humanos, a
advogada disse que ficou desmoralizada, foi xingada pelos presentes e nunca
mais conseguiu fazer um show.
Marco Feliciano disse à reportagem que de fato foi contratado para o show.
"Eu não sou cantor. Sou pregador e iria lá como pregador". Segundo
ele, houve um contratempo e não pôde comparecer. "Dias depois, recebi uma
intimação judicial. A empresa cobrava R$ 1 milhão de prejuízo. Eu não paguei, é
óbvio. Eles haviam adiantado R$ 8 mil para a viagem. Eu então tentei devolver o
dinheiro, mas não consegui. Tive de entrar na Justiça e já ressarci os
prejuízos, com correção monetária". Ele não soube explicar por que o
processo ainda está no STF, pois, na sua opinião, já deveria ter sido extinto,
visto que devolveu o dinheiro.
"Imagina só. Pediram R$ 1 milhão de indenização da minha parte. Esses
familiares de pessoas que foram acidentadas no voo da TAM (desastre ocorrido em
2007, quando um Airbus 320 não conseguiu parar na pista de Congonhas e bateu
contra um prédio da própria empresa, matando 199 pessoas) discutem se vão
receber R$ 100 mil. Foi um exagero o que a empresa pediu e eu não aceitei pagar
aquela quantia", disse ele. Na entrevista ao Congresso em Foco, a advogada
que processa Feliciano informou ter gasto mais de R$ 100 mil na época.
Fonte: Agência Estado
Fonte: www.net10.uol.com.br